Sepultura é uma banda
brasileira
de metal
surgida em 1984,
criada pelos irmãos Max Cavalera e Igor Cavalera
em Belo
Horizonte, Minas Gerais[5].
É considerada a banda brasileira de maior repercussão no mundo. O Sepultura possui
influências diversificadas, que vai desde o black metal
e death metal,
passando pelo thrash metal, até inspirações externas ao metal,
como hardcore,
música tribal africana
e japonesa,
música indígena,
entre outros diversos estilos musicais.
O nome Sepultura (em inglês, grave) foi
escolhido quando Max Cavalera traduzia uma canção do Motörhead
chamada "Dancing on Your Grave". Originalmente tinha a formação de Paulo Jr.
(baixista), Igor Cavalera (baterista), Max Cavalera
(somente guitarrista) e Wagner Lamounier (guitarrista e vocalista). Em 1985, sai Wagner, que
formaria o Sarcófago, e Max assume os vocais, Jairo Guedez
entra como segundo guitarrista. No ano seguinte sai Jairo e, em 1987, entra na banda Andreas
Kisser em seu lugar, estabelecendo a formação clássica que duraria
dez anos. Agora em sua formação atual, o vocal é feito pelo americano Derrick Green
e a bateria por Eloy Casagrande, ficando Andreas como
guitarrista único.
Sepultura já vendeu aproximadamente 20 milhões de
unidades mundialmente, ganhando múltiplos discos de ouro e platina
em todo o mundo, inclusive em países como França
Austrália,
Indonésia,
Estados
Unidos, e sua terra natal Brasil.
Começo de carreira (1983-1991)
Foi em Belo
Horizonte, no ano de 1983 que a história do Sepultura começou. Mais
precisamente quando os irmãos Cavalera Max e Igor decidiram chamar seus amigos
de colégio Paulo Jr.
e Jairo Guedez
para montar uma banda. Um ano depois, num festival de bandas em Belo Horizonte,
a Cogumelo Records contrata a banda, após o dono
da gravadora ter assistido ao show do Sepultura, e o grupo decide fazer um
disco. O nome é Bestial Devastation, que foi gravado em
apenas dois dias (dividido com a banda Overdose), mas só seria lançado em 1985. A
banda, então, faz uma turnê brasileira para promover o primeiro álbum. Já em
1986, é gravado Morbid Visions, ainda pela Cogumelo Records
e a banda sai em turnê novamente. Pouco depois, a gravadora relançaria Bestial Devastation e Morbid
Visions em um só LP. Ainda no mesmo ano, o guitarrista Jairo sai da banda, e Andreas
Kisser, que já havia feito algumas jams com o grupo, junta-se a
eles. Ainda em 86, o Sepultura processou a gravadora Shark por ter lançado
álbuns do Sepultura fora do Brasil.
No ano seguinte, depois de escrito o álbum, sai Schizophrenia,
que foi o primeiro com Andreas na guitarra, e o último com a produção da
gravadora Cogumelo. Foi com este álbum que a banda disparou, e vendeu cerca de
10 mil cópias nas primeiras semanas. A gravadora New Renaissance lançou o disco
nos Estados
Unidos. O furor provocado pelo Schizophrenia fez com que
houvesse um lançamento pirata do disco por uma gravadora europeia, que chegou à
marca de 30 mil cópias vendidas, porém sem a banda poder usufruir dos direitos
autorais. Em 1989, o Sepultura assinou com a Roadrunner Records, conseguindo um contrato de
sete anos. Como era o que a banda precisava, lançaram o novo álbum pela nova
gravadora, sendo o terceiro lançamento do grupo, Beneath the Remains. Este foi gravado em
nove dias e produzido pelo produtor americano Scott Burns. Foi o álbum que
provou que o Sepultura podia gerar vendas milionárias, e até hoje já vendeu
mais de 800.000 cópias mundo afora.
Após o lançamento, o disco acabou sendo comparado
com Reign in Blood, clássico do Slayer. E, pela
primeira vez, o Sepultura sai em turnê fora do Brasil, tocando
junto dos alemães do Sodom
na Áustria,
Estados
Unidos e México. Essa turnê foi marcada pelos conflitos constantes
entre os membros das duas bandas. Em 1990, a banda toca em vários shows,
incluindo o Dynamo Open Air Festival, com cerca de 26 mil pagantes, e conhecem
Gloria Bujnowski, empresária do Sacred Reich.
O grupo decide tê-la também como empresária. Depois das apresentações, o
Sepultura entra em estúdio para regravar "Troops of Doom", que a
Roadrunner usaria para relançar o álbum Schizophrenia
remixado. Ainda no mesmo ano, a Cogumelo relança Bestial Devastation com uma nova versão de
"Troops of Doom".
Repercussão no exterior
No exterior, por sua vez, a turnê do Arise foi
longa e passou por lugares inéditos como Grécia
e Japão.
Na Austrália
foi lançado o primeiro EP oficial da banda, o Third World
Posse. Na Holanda estrearam em um festival internacional de grande
repercussão, o "Dynamo Open Air", para mais de 30 mil pessoas. E
atraíram mais de 100 mil pessoas nas duas apresentações feitas em estádios
quando estiveram na Indonésia. Lá também foram premiados com fitas cassetes de
ouro pelas boas vendas.
Gravaram os clipes de "Arise" e "Dead Embryonic Cells", e lançaram seu
primeiro home-vídeo, "Under Siege", que foi gravado em Barcelona,
Espanha.
Com todos estes acontecimentos ligados ao disco Arise, o Sepultura firmou seu
nome mundo a fora. Em 1992 Third World
Posse é lançado. O álbum tem três músicas ao vivo tiradas do
vídeo Under Siege (Live in Barcelona), além de "Drug Me" de
Jello Biafra e "Dead Embryonic Cells", do disco Arise. Ainda em 1992,
acontece o casamento de Max com a empresária Glória.
A essa altura, o Sepultura já era considerado uma
das melhores bandas de Thrash Metal do mundo. Em 1993, o Sepultura lança o
disco Chaos A.D.,
que já possuía influências tribais e já não tinha toda a violência de Arise, e
menos ainda dos primeiros álbuns da banda. Ainda assim, percebia-se que a banda
ainda se preocupava com a situação geopolítica mundial, pois pérolas como
"Refuse/Resist"
e "Territory"
estão incrustadas neste álbum, além de "Manifest", que denunciava o
massacre da penintenciária do Carandiru, onde 111 detentos foram mortos.
Mesmo não sendo tão violento quanto os antecessores, Chaos A.D. foi um sucesso,
e até hoje, já vendeu mais de 1 milhão de cópias mundo afora.
O Sepultura optou por um lado musical nunca antes
explorado, misturando seu som brutal com elementos de música popular, e com
isto definiram a linha musical de vanguarda que se tornou sua marca registrada.
O lançamento de Chaos A.D. aconteceu em um castelo medieval
na Inglaterra
e com a presença de boa parte da imprensa mundial. Nesta turnê a banda foi até Israel gravar o
clipe da música "Territory", também lançada como single. Este vídeo foi
eleito o melhor videoclipe do ano pela MTV Brasil,
que levou a banda à Los Angeles para receber o astronauta de prata.
Outros clipes/singles tirados deste álbum foram "Refuse/Resist"
e "Slave New World", e o home-vídeo
"Third World Chaos". Este álbum que inclui um cover da canção
"The Hunt", do New Model Army. "Biotech Is Godzilla"
foi escrita por Jello Biafra, além de uma faixa especial, onde os integrantes
se acabam de rir e gritar, e mais uma versão de "Polícia", dos Titãs,
disponível apenas na versão brasileira do álbum. O single "Territory"
também é lançado nesse mesmo ano. Ainda em 1993 nasce o primeiro filho de
Glória e Max: Zyon.
Nesta turnê o Sepultura foi a primeira banda de metal
da América Latina a se apresentar no tradicional
festival Monsters of Rock, no Donington
Park, Inglaterra, na frente de 50 mil pessoas, quantidade
equalitária ao Rock in Rio II, onde o Sepultura também foi
atração. E também a primeira banda do Brasil a tocar
na Rússia.
De volta ao Brasil, a banda foi convidada a tocar no festival Hollywood
Rock só após um abaixo-assinado feito pelo fã clube oficial
brasileiro. Isso devido ao boicote por parte dos organizadores do evento,
amedrontados com o incidente em São Paulo anos atrás. Em 1994, o EP Refuse/Resist
é lançado. O álbum é uma espécie de coletânea com músicas ao vivo, de estúdio,
"Drug Me" (de Jello Biafra) e ainda uma música de nome
"Inhuman Nature", da banda Final Conflict. O single
"Slave New World" é lançado.
Em 1994, Andreas se casa com Patrícia, e a banda
começa a compor material para novo álbum e single. No ano seguinte, o segundo
vídeo do Sepultura, o Third World Chaos é lançado, contendo alguns clipes da banda,
trechos de entrevistas com a MTV brasileira, americana, europeia e japonesa.
O vídeo contém um trecho de entrevista em que o entrevistador é Bruce
Dickinson, quando ele tinha o seu programa de entrevistas na rede
inglesa de televisão. Ainda em 1995, nasce Giulia Kisser, a primeira filha de
Patrícia e Andreas; Igor se casa com Monika, e Igor Amadeus, segundo filho de
Glória e Max, nasce. Em 1996, o compacto Roots Bloody Roots é lançado, contendo
quatro faixas, "Roots Bloody Roots", "Procreation of the
Wicked" (um cover da banda black metal Celtic Frost),
"Refuse/Resist" e "Territory" (ambas gravadas ao vivo em Minneapolis,
Estados
Unidos). Outros singles foram lançados, "Ratamahatta"
e "Attitude".
O álbum Roots (1996)
Mais tarde, no mesmo ano, sai Roots, um dos álbuns
mais aguardados do ano. O disco mostrou um lado mais experimental da banda, com
uma participação de Carlinhos Brown na canção Ratamahatta,
e presença ao longo do disco de percussão, berimbau e várias batidas tribais. O
disco contém ainda duas músicas gravadas conjuntamente com os índios xavantes
Jasco e Itsari, no Mato Grosso. A música "Itsari" foi
gravada na Aldeia Pimentel Barbosa no ano de 1995, às margens do Rio das
Mortes no estado de Mato Grosso. Já o restante do álbum foram feitas
em Malibu
no estúdio Índigo Ranch, dotado de instrumentos de idade avançada, e fazendo da
gravação a mais crua possível. Os clipes/singles foram "Roots Bloody Roots"
gravado na cidade de Salvador, "Attitude"
que teve fotos de tatuagens de fanáticos pelo Sepultura como capa, e contou com
a participação especial da família
Gracie no videoclipe. "Ratamahatta"
foi um clipe diferente de todos os anteriores do Sepultura, feito todo em
animação gráfica computadorizada.
Sepultura - Roots Bloody Roots
A versão brasileira tem também "Procreation of
the Wicked" do Celtic Frost e "Symptom of the
Universe" do Black Sabbath, além de "Lookaway",
escrita por Jonathan Davis da banda Korn.
Em meados de 1996, a banda fica sabendo do
assassinato de Dana Wells, filho de Gloria Cavalera. Max e Gloria vão para os
Estados Unidos e o Sepultura toca em trio no Donnington 1996, com Andreas nos
vocais. O grupo termina a turnê tocando no Ozzfest,
após cancelar três semanas de shows dos Estados Unidos. De acordo com a seleção
de Spence D. e Ed Thompson, do site IGN Music, o disco Roots, lançado pelo
Sepultura em 1996, está na posição 23 dos 25 discos considerados os mais
influentes do heavy metal. Encabeçando a lista está Master of
Puppets, lançado pelo Metallica
em 1986. Ainda foi lançado o disco duplo The Roots of Sepultura, no qual um dos
discos conta boa parte da história musical da banda, e o segundo é o álbum
Roots.
Saída de Max Cavalera
Finalmente, em dezembro de 1996, chega a notícia que
mudaria completamente o rumo da banda: Max Cavalera
deixaria a banda. Aconteceu quando os outros três integrantes, em reunião,
decidem demitir Gloria Cavalera do posto de empresária da banda, alegando que
esta dava apenas espaço para seu marido, Max, ao contrário de antigamente:
quando o Sepultura aparecia, todos os quatro integrantes estavam na foto, e não
apenas Max.
Com a esposa fora da banda, Max se sente traído e resolve separar seu caminho
do caminho do resto da banda.
A discussão é imensa. Andreas,
Igor
e Paulo
tinham a convicção de que a empresária já não estava mais os representando do
jeito que deveria e comunicaram sua decisão de não renovar seu contrato de
trabalho. Havia a opção de que ela continuar a cuidar dos interesses de Max.
Ele não aceitou a decisão dos companheiros e abandonou o Sepultura, achando
estar sendo injustiçado. A partir de então as incertezas caíram sobre o
Sepultura e o futuro era incerto.
Com o tempo a banda acostumou-se à nova situação
imposta, e que não poderia parar o trabalho de uma vida toda dessa forma. E
assim que puderam começaram a escrever seu próximo álbum, como um trio. Max
formou sua própria banda, Soulfly. "Durante este um ano e meio, pensamos em
tudo", diz Andreas. "De fato, pensamos em dizer se foda a todo mundo,
se foda a música, se fodam as bandas, a porra toda. Mas não tomamos nenhuma
decisão durante o período mais turbulento, porque essas decisões geralmente se
mostram erradas, mais tarde. Fizemos as coisas calmamente, e levamos o tempo
necessário para pensar a respeito da situação toda".
Ainda nesse ano, nasce a primeira filha de Igor e
Monika, Joanna. Em 1997,
sai outra coletânea, Blood-Rooted. A Roadrunner lança também uma
coleção de músicas do Sepultura, com versões alternativas e demos, o B-Sides,
além de relançar todos os discos do Sepultura até Arise, com os nomes de
Gold CD re-issue, remasterizados e com faixas bônus. Sai ainda
o vídeo We Who Are Not as Others.
A volta do Sepultura
Igor, Paulo
e Andreas
passaram a escrever de uma nova forma. Agora o baixo ganhou uma importância ainda
maior, como base das músicas. Andreas assumiu os vocais, mas nunca havia
cantado antes e não se sentiu à vontade no posto. Decidiram encontrar um novo
vocalista para o Sepultura. As fitas de demonstração chegaram em grande
quantidade aos escritórios da RoadRunner, e fizeram assim um processo de
seleção. Um pequeno grupo de finalistas foi selecionado, e os candidatos
receberam uma fita com músicas nas quais deveriam trabalhar, inclusive
escrevendo letras, antes de encontrarem a banda para os testes.
Os testes finais aconteceram no Brasil, também
foi levado em conta a integração e a afeição entre o grupo. Desde o começo da
procura, a voz e a aparência de Derrick Green
impressionou. Quando ele esteve no Brasil para os testes sentiu-se em casa,
virou palmeirense, e se entendeu extremamente
bem com a banda. A maior parte das músicas já estava pronta, esperando a
gravação dos vocais, e a banda estava sob pressão para lançar o disco.
Então, em 1998, o Sepultura volta com um novo
single, "Against", do álbum de mesmo nome Against,
mostrando todo o poder do novo vocalista Derrick Leon
Green, apelidado de Predador. O single foi produzido por Howard Benson
e mixado por Bill Kennedy. "Não sabíamos nem se devíamos usar o nome
Sepultura, diz Igor Cavalera a respeito da evolução da banda.
Decidimos que escreveríamos algumas músicas primeiro, e se não soasse como
Sepultura, então pararíamos de usar o nome na mesma hora. Mas logo que tinhamos
as músicas, vimos que tinhamos razão para manter o nome. E quanto mais tocamos,
mais confortáveis nos sentimos. O único apoio que tivemos durante todo o tempo
foi tocar música. Várias pessoas pensavam que o Sepultura era apenas Max, e que
nós éramos apenas músicos por detrás dele", diz Andreas. "Mas o
Sepultura sempre foi todo mundo junto, e com a contribuição de todos para as
ideias. Temos a mesma atitude, a mesma música, a mesma mensagem. A única coisa
diferente é que Derrick está aqui, agora."
Em maio, o Sepultura viajava para o Japão
para gravar, junto com a banda de percussão japonesa Kodō, a música "Kamaitachi", uma
das faixas do novo álbum. Já em abril, começa a gravação das músicas restantes,
já com a participação de Derrick. Em agosto, o Sepultura toca no show Barulho
Contra a Fome, que serviu para angariar fundos e comida para os pobres, e o
segundo single da banda, "Choke", é agendado para ser lançado em novembro.
Sobrevivendo ao período mais difícil de suas carreiras, o Sepultura retoma suas
atividades e volta com seu novo álbum, Nation, que
falará por eles. "É uma boa hora pra voltar à ideia do que o Sepultura
é!", conclui Igor. "Não é apenas eu, ou Andreas,
ou Paulo,
ou o Derrick,
é a química de quatro pessoas tocando juntas."
Discografia
Álbuns, EPs, singles
- Bestial Devastation (Split LP com Overdose, 1985)
- Morbid Visions (Álbum, 1986)
- Schizophrenia (Álbum, 1987)
- Beneath the Remains (Álbum, 1989)
- Arise (Álbum, 1991)
- Arise (Single, 1991)
- Dead Embryonic Cells (Single, 1991)
- Under Siege (Regnum Irae) (Single, 1991)
- Third World Posse (EP lançado apenas na Austrália, 1992)
- Chaos A.D. (Álbum, 1993)
- Territory (Single, 1993)
- Refuse/Resist (Single, 1994)
- Slave New World (Single, 1994)
- Roots (Álbum, 1996)
- The Roots of Sepultura (EP duplo, CD 1: 'Roots' / CD 2: Faixas raras, 1996)
- Ratamahatta (Single, 1996)
- Attitude (Single, 1996)
- Roots Bloody Roots (Single, 1996)
- Blood-Rooted (EP, 1997)
- B-Sides (EP, 1997)
- Against (Álbum, 1998)
- Nation (Álbum, 2001)
- Under a Pale Grey Sky (Ao Vivo, 2002) (O Sepultura não considera esse álbum um lançamento oficial)
- Revolusongs (EP, 2002)
- Roorback (Álbum, 2003)
- Live in São Paulo (Ao Vivo, 2005)
- Dante XXI (Álbum, 2006)
- The Best of Sepultura (Coletânea, 2006) (O Sepultura não considera esse álbum um lançamento oficial)
- A-Lex (Álbum, 2009)
- Kairos (Álbum, 2011)
FONTE.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sepultura_banda
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