Por que Ultraje a rigor? - O
Ultraje a rigor foi formado no final de 1980, inicialmente como uma banda de
covers, principalmente Beatles, rock dos anos 60, punk e new wave. Depois de
algumas formações provisórias, Roger, Leôspa, Sílvio e Edgard começaram a se
apresentar em festas e barzinhos. Em 1982, ainda sem um nome fixo, decidiram
por Ultraje a rigor, já que nunca eram muito fiéis às versões originais dos
covers que faziam, frequentemente avacalhados ou distorcidos. O nome Ultraje a
rigor foi escolhido meio por acaso. Roger e Leôspa estavam tentando achar um
nome durante uma festa em que se apresentavam. Roger sugeriu Ultraje, mas
achava meio punk demais (para a época, pelo menos). Roger então perguntou a
Edgard, que chegou no meio da conversa, o que ele achava de Ultraje. Edgard,
sem entender direito a pergunta, disse: "que traje? O traje a rigor?"
Roger e Leôspa adoraram e adotaram então este nome. Logo depois, Sílvio sairia,
entrando Maurício em seu lugar.
Inútil - Com esta formação, em
abril de '83 participaram do projeto Bôca no Trombone, do Teatro Lira
Paulistana, em São Paulo, seu primeiro show só com composições próprias. Foram
contratados após uma das apresentações pelo produtor Pena Schmidt, na época
contratando grupos para a WEA. Gravaram seu primeiro compacto, "Inútil/Mim
quer tocar", que, por problemas com a Censura, só saiu em outubro daquele
ano. Após a gravação do compacto, agora fazendo mais shows, Edgard, já na época
com o Ira (ainda sem ponto de exclamação), não pôde mais dividir-se entre os
dois grupos. Para o seu lugar foi chamado Carlinhos. Com esta formação,
gravaram seu segundo compacto, "Eu me amo/ Rebelde sem
causa" em '84. "Eu me amo" foi bem nas rádios, impulsionado um
pouco pela polêmica coincidência de refrões com a música Egotrip, da Blitz. Mas
o lado B do compacto, que começou a tocar no começo de '85 foi que detonou a
explosão do Ultraje.
Nós vamos invadir sua praia -
Seu primeiro LP, "Nós vamos invadir sua praia", lançado a seguir e
puxado inicialmente por "Ciúme", foi um enorme sucesso. Foi o
primeiro LP de rock nacional a conseguir discos de ouro e platina. Das 11
músicas do disco, 9 foram amplamente executadas e o Ultraje quebrou recordes de
público em diversas casas de shows no Brasil inteiro. No começo de '86,
gravaram um EP chamado "Liberdade para Marylou", com uma versão
remixada de "Nós vamos invadir sua praia", o "Hino dos
cafajestes" e a música "Marylou" gravada em ritmo de carnaval e
com as frases censuradas substituídas por frases de trombone.
"Marylou" arrebentou nos bailes de carnaval daquele ano e até hoje
continua sendo tocada quase como um clássico de carnaval. Já em '87, gravaram
seu segundo LP, "Sexo!!". Durante a gravação deste disco, Carlinhos,
que já pensava em mudar-se para Los Angeles para formar sua própria banda (o
que acabou fazendo), saiu para dar lugar a Sérgio Serra na guitarra. O disco
foi tão bem sucedido quanto o primeiro, quebrando um tabu da indústria
fonográfica, que ditava que um primeiro disco que vendesse muito bem era sempre
sucedido por um fracasso. Isso não aconteceu. O disco foi lançado com um
show-surpresa histórico na Avenida Paulista, uma das principais avenidas de S.
Paulo, provocando um congestionamento de vários quilômetros. Nova tournée por
todo o Brasil, novas músicas estouradas nas rádios e nada de férias, desde '84.
Stress - Em '89, amadurecidos e
um pouco estressados pelas longas tournées, gravaram "Crescendo", seu
terceiro LP. O disco vendeu bem, mas a mídia já não estava tão interessada no
Ultraje, após 4 anos de sucesso ininterrrupto. Mesmo assim, o Ultraje ainda
provocava polêmica, ao provocar o anunciado fim da Censura oficial com a música
"Filha da Puta". Palavrões não eram coisa comum naquela época, muito
menos num refrão. Logicamente, a música foi censurada extra oficialmente em
diversas rádios e em programas de TV, o que também atrapalhou na divulgação do
disco. Outras músicas, com palavrões leves ou temas picantes, como "O
Chiclete" e "Volta comigo", que fala de adultério, também
tiveram a execução prejudicada. Em '90, o Ultraje volta às origens e lança
"Por Quê Ultraje a rigor?", um disco de covers que faziam parte de
seu repertório original. Maurício, casado com uma americana, muda-se para Miami
(onde vive até hoje) e Andria Busic entra em seu lugar provisoriamente, sendo
substituído por Oswaldo um mês depois (Foto 4). Quase um ano de tournée depois,
e Roger percebe que o Ultraje já não era a mesma coisa. Leôspa, casado, já não
tinha mais a mesma disposição para viajar e ensaiar, Sérgio Serra queria sair
para formar sua própria banda e Oswaldo preferia trabalhar em seu estúdio
profissional. Após uma conversa com Leôspa, decide procurar novos integrantes
que quisessem continuar o Ultraje a rigor.
A nova formação - Procurando em bares e shows de
bandas iniciantes, encontra Flávio Suete, baterista que tocava com a banda Nem
e com o Central Scrutinizer Band, cover de Frank Zappa. Flávio indica Serginho
Petroni, baixista com o Zappa cover. Juntos, começam a fazer audições para
novos guitarristas. Após meses de ensaio e procura, acabam encontrando Heraldo
Paarmann, por meio de um anúncio informal na rádio Brasil 2000 (hoje 107,3 FM).
Continuam com os ensaios e uns poucos shows para entrosamento. Em 1992, contra
a vontade do grupo, a gravadora lança uma coletânea, "O mundo encantado do
Ultraje a rigor", sendo a palavra "encantado" uma ironia de
Roger com relação ao encanto dos primeiros anos e as dificuldades com a
gravadora, em relação a novos projetos. Apesar de ser uma coletânea, o disco
tem duas faixas inéditas gravadas com esta formação , além de algumas gravações
diferentes de sucessos anteriormente lançados. Ainda em '92, revoltados com o
descaso da gravadora com o grupo, gravam de maneira independente "Ah, se eu
fosse homem ", uma divertida divagação sobre as dificuldades encontradas
pelos homens frente à nova posição da mulher pós-movimentos feministas. A fita
com esta música, distribuída às rádios pelo próprio grupo, acaba provocando a
reação esperada. Em '93, num clima já tenso com a gravadora, lançam
""Ó!", seu sexto LP, o quarto com músicas inéditas, gravado às
pressas e com orçamento pequeno, por imposição da gravadora. Foi um disco um
pouco estranho, ainda pouco entrosado com relação a estilo e praticamente ignorado
pelo departamento de divulgação da Warner. Teve um clip de sucesso na MTV,
"(Acontece toda vez que eu fico) Apaixonado" e sucesso discreto na
mídia e nas lojas, embora tenha agradado seus fãs mais fiéis e conseguido
alguns novos fãs. Em '95, nova coletânea, dessa vez, sem nem o conhecimento do
grupo, foi lançada. Faz parte de uma série chamada "Geração Pop". Em
'96, também de surpresa para a banda, lançaram uma série chamada "O melhor
do Ultraje a rigor/2 é demais!", reunindo os dois primeiros LPs do Ultraje,
sem as faixas bônus dos CDs originais. Sem nunca se incomodar em avisar a
banda, mas já não "de surpresa", a Warner lança mais duas coletâneas,
em '97 "Pop Brasil", na verdade uma reedição do Geração Pop com menos
músicas e em '98 "Ultraje a rigor Vol. 2 / 2 é demais!" com o
terceiro e quarto discos da banda reunidos em um CD e, mais uma vez, sem as
faixas bônus originais.
A volta dos que não foram - No início de '99
Serginho deixa a banda para seguir carreira como Engenheiro Químico. Mingau
assume o baixo. Logo depois, o Ultraje a rigor assina contrato com a
Deckdisc/Abril Music para lançar "18 anos sem tirar!", um disco ao
vivo, com algumas canções inéditas gravadas em estúdio. O CD é muito bem
recebido por público e crítica e recebe o disco de ouro por vendagens acima de
100.000 cópias, estourando a faixa "Nada a declarar", que critica o
tédio e a falta de assunto geral do cenário musical e da juventude em especial.
Em Maio de 2002, novamente o Ultraje precisa de um ajuste na formação. Logo
antes de começarem as gravações de Os Invisíveis, Flávio e Heraldo estavam
distanciando-se das intenções musicais de Roger e Mingau. Havia insatisfação de
ambas as partes e a melhor solução era a separação. Para gravar o disco e
continuar com o grupo foram chamados Sérgio Serra, que adorou voltar ao
Ultraje, e Bacalhau, ex-Rumbora e Little Quail, que também aceitou
imediatamente o convite (Foto 6). O disco sai em Agosto de 2002, puxado pela
faixa Domingo eu vou pra praia, que no dia de seu lançamento foi uma das mais
executadas no país.
Acústico MTV - Em 2005, aceitando um convite da Deckdisc e da
MTV, o Ultraje grava seu CD e primeiro DVD na carreira, Acústico MTV, ambos
recebidos muito bem pela crítica e público e ambos atingindo as marcas de CD de
Ouro e DVD de Ouro. O Ultraje grava de maneira diferente, considerado por
muitos como o Acústico MTV mais roqueiro de todos. A banda é apresentada a uma
nova geração que só tinha ouvido falar do Ultraje através de pais e irmãos e
faz enorme sucesso com ela. Outras coletâneas continuam sendo lançadas pela
Warner regularmente, em 2006 e 2007.
O futuro - O Ultraje a rigor continua em
sua turnê pelo Brasil e pretende lançar algumas músicas novas pela Internet em
2009.
Mais
sôbre o Ultraje a rigor pode ser encontrado nos livros "BRock, o Rock
brasileiro dos anos 80" de Arthur Dapieve, "Dias de Luta" de
Ricardo Alexandre e "Noites Tropicais", de Nélson Motta.
DICOGRAFIA
1983 - CS - Inútil/Mim quer tocar
1984 - CS - Eu me amo/Rebelde sem causa
1985 - LP - Nós Vamos Invadir Sua Praia
1986 - EP - Liberdade para Marylou
1987 - LP/CD - Sexo!!
1989 - LP/CD – Crescendo
1990 - LP/CD - Por quê Ultraje a rigor?
1992 - LP/CD - O mundo encantado do Ultraje a
rigor
1993 - LP/CD - Ó!
1995 - CD - Coletânea Geração Pop
1996 - CD - Coletânea 2 é demais!/O melhor do
Ultraje a rigor
1997 - CD - Coletânea Pop Brasil
1998 - CD - Coletânea Música!/O melhor da
música do Ultraje a rigor
1998 - CD - Coletânea 2 é demais!/O melhor do
Ultraje a rigor
1999 - CD - 18 anos sem tirar!
2000 - CD duplo - e-collection 02:raridades
2000 - CD duplo - e-collection 01:sucessos
2001 - CD - O melhor do rock do Ultraje a
rigor
2002 - CD - Os Invisíveis
2005 - CD e DVD - Acústico MTV Ultraje a
rigor
2006 - CD - Nova Série Ultraje a rigor
2007 - CD - Warner 30 Anos Ultraje a rigor
2010 - Virtual - Música esquisita a troco de
nada
FONTE.: http://www.ultraje.com/