Sex Pistols foi uma célebre banda inglesa
de punk rock,
formada em Londres,
no ano de 1975.
Embora não tenham sido a primeira banda de punk do país, foram influentes por
trazer o movimento punk do Reino Unido
para a atenção mundial, e inspiraram diversos artistas posteriores de punk e rock alternativo.
Sua carreira durou apenas dois anos e meio, e produziu apenas quatro singles e um álbum de estúdio, Never Mind the Bollocks, Here's the
Sex Pistols.
A banda era composta originalmente pelo vocalista
Johnny Rotten,
o guitarrista
Steve Jones, o baterista
Paul Cook
e o baixista Glen Matlock.
Matlock foi substituído por Sid Vicious no início de 1977. Sob a condução
do empresário
Malcolm McLaren,
a banda criou controvérsias que cativaram a Grã-Bretanha; seus shows
frequentemente eram fonte de problemas para organizadores e autoridades, e suas
aparições públicas quase sempre terminavam em confusões. O single de 1977,
"God Save the Queen",
que atacava o conformismo social e a subsmissão à Coroa da sociedade britânica, precipitou a
"última e maior epidemia de pandemônio moral com base no pop".
Em janeiro de 1978, ao fim de uma turbulenta turnê nos
Estados Unidos,
Rotten abandonou a banda e anunciou o fim dela. Ao longo dos próximos meses, os
três outros integrantes gravaram músicas para a versão cinematográfica da
história da banda, The Great Rock 'n'
Roll Swindle. Vicious morreu de overdose
de heroína
em fevereiro de 1979. Em 1996 Rotten, Jones, Cook e Matlock se reuniram para a Filthy Lucre Tour e, desde
2002, se apresentaram em diversos shows e turnês. Em 24 de fevereiro de 2006,
os Sex Pistols—os quatro membros originais, e Vicious—foram indicados para o Hall da Fama do Rock and Roll,
porém se recusaram a comparecer à cerimônia, chamando o museu de "uma
mancha de mijo".
O Sex Pistols surgiu numa conjuntura favorável ao
nascimento da cultura punk. Malcom
McLaren foi um dos maiores responsáveis pela propagação do punk-rock
no Reino Unido. A história de McLaren começa a ficar interessante em 71, quando foi inaugurada
a Let It Rock, uma loja de roupas para a nova geração de teddy boys
- filhotes das gangues originais, surgidas nos idos de 53. Desde então, McLaren
tornou-se uma celebridade entre músicos e modernos londrinos.
Em 1973, os integrantes da banda protopunk New York
Dolls entram na Let It Rock. O visual da banda (uma mistura de glitter
e sadomasoquismo)
conquista McLaren e ele vira seu empresário. Em Nova Iorque,
percebe o quanto os New York Dolls estavam ultrapassados e salta
borda fora. Apesar de renegar os Dolls, o empresário trouxe uma ideia brilhante
dos Estados
Unidos. Depois de perceber que o que valia no mundo do rock, em 75, era muito mais a
atitude do que o som, McLaren decidiu construir uma banda segundo seus novos padrões.
Mais uma vez em Londres, reassume a sua loja -
agora chamada SEX - e transforma-a no epicentro do terremoto que
sacudiria o mundo pop, ajudado pela estilista Vivienne
Westwood. Segundo o próprio McLaren, criou os Sex Pistols.
Reunir os quatro Pistols foi fácil: Steve Jones
e Paul Cook
(respectivamente guitarrista e baterista) viviam na SEX. Glen Matlock,
baixista e empregado da loja aos sábados, foi convocado imediatamente. Faltava
escolher um vocalista.
Depois de descartar o crítico Nick Kent e o cantor Richard Hell
para a vaga, a banda experimenta um velho freqüentador do sítio, um adolescente
de dentes podres chamado John Lydon. O teste é feito na loja, com o vocalista a
cantar numa jukebox. Johnny, que nunca tinha cantado na vida antes, foi
aprovado pela sua postura e comportamento anti-social. Em resumo, era perfeito
para a vaga. Os ensaios começam. Agora a banda chama-se Sex Pistols e John
Lydon vira Johnny Rotten (literalmente, Joãozinho Podre).
O primeiro concerto acontece em 6 de novembro
de 1975, que foi um fiasco inevitável dada a pouca preparação da banda. Esse
mítico show é retratado no filme 24H Party People. A personagem
central do filme, Tony Wilson (patrão da editora Factory e da
discoteca Hacienda - responsável pelo lançamento de bandas como os Joy Division,
Happy Mondays
e New Order),
afirma no filme que aquele concerto foi o início do movimento que se seguiria,
um movimento que ainda hoje permanece e com muito sucesso.
O movimento alastra-se
Paralelamente ao início dos Pistols, dezenas de
bandas começam a seguir o estilo, sobretudo em Londres.
O movimento alastrou-se rapidamente. O motivo para tanta rapidez era simples,
os jovens estavam cansados com o conformismo e com as bandas de rock
progressivo da época.
Não por acaso, um jovem chamado Joe Strummer
resolveu acabar sua banda, o 101'ers e formar o The Clash
depois de dividir o palco de um pequeno festival com os Sex Pistols.
O grupo The Clash
foi formado em 24 horas, em 76. Depois de um encontro no mercado de rua de Portobello
Road, Mick Jones
(guitarra), Paul Simonon (baixo) e Strummer já começaram a
ensaiar. Achar o baterista Terry Chimes foi apenas questão de tempo. Logo, os
Pistols tinham com quem dividir as parcas luzes do circuito punk londrino.
O movimento crescia a cada dia e bandas não paravam
de surgir - entre elas The Damned, The Stranglers,
Siouxsie & The Banshees, Generation X
(que contava com um vocalista endiabrado chamado Billy Idol),
mas até meados de 1976
nenhum disco havia sido lançado. O primeiro compacto punk saiu em 5 de novembro
do mesmo ano, "New Rose" da banda The Damned. Pouco antes, em 8 de outubro,
os Pistols assinam o histórico contrato com a EMI - a gravadora dos Beatles,
The Animals
e The Mamas & The Papas, entre muitos
outros. Um mês depois, chega às lojas o histórico "Anarchy in the U.K.", que acertou o alvo -
o caquético império britânico e os seus valores - mas não derrubou por completo
o adversário. Os Pistols ainda eram conhecidos apenas no gueto de onde
surgiram.
Mas a televisão encarregou-se de levar o punk aos
púdicos lares ingleses. No dia 1 de dezembro
de 1976,
Siouxsie, os Pistols e outros punks são os astros de um dos programas de maior
audiência da TV inglesa, levado ao ar às cinco da tarde, a famosa hora do chá,
na qual famílias concentram-se frente à TV. Depois do programa, dois milhões de
britânicos passam a amar ou odiar os Sex Pistols. Motivo: pela primeira vez na
história, a expressão "Fuck Off" (Foda-se) é dita diante das câmeras.
O protagonista da história só podia ser Johnny Rotten.
Melhor golpe de marketing seria impossível.
A imprensa caiu de pau no episódio, detonando os Pistols por completo e, de
quebra, levando o movimento às primeiras páginas de todos os jornais. Dez mil
cópias de "Anarchy In The U.K." são vendidas diariamente. Contudo os
Pistols são expulsos da EMI em 6 de janeiro
de 1977.
1977: O ano do punk
Glen Matlock nunca se deu bem com Johnny Rotten,
apesar de ser considerado por muitos o melhor músico do grupo. Em fevereiro de 1977 as brigas encresparam
- sobretudo no que se referia às suas diferenças políticas - e Matlock é
enxotado. A saída do baixista motivou a entrada daquele que viria a ser o maior
símbolo do punk rock em todos os tempos, Sid Vicious.
O melhor amigo de Rotten não sabia tocar, e estava
o tempo todo chapado com drogas de todo o tipo. Contudo, sua performance
(posando) ao vivo e sua personalidade autodestrutiva deram o toque final na
fórmula do grupo. Vicious dá trabalho desde o início: num dos primeiros
ensaios, passa mal e é levado as pressas para o hospital. Diagnóstico: hepatite
causada pelo alto consumo de álcool e droga.
Apesar de terem cancelado dezenas de shows, os
Pistols logo assinaram um contrato com a gravadora A&M
Records, e aproveitando o jubileu de prata da rainha Elisabeth II,
quando completou 25 anos no poder da Inglaterra,
a banda solta o compacto de "God Save The Queen".
A canção trazia uma das máximas do movimento punk: "Não há futuro na
Inglaterra."
Em março, foi a vez da A & M despedir o grupo.
Os motivos foram exatamente os mesmos da EMI, mas desta vez os quatro Pistols e
McLaren embolsaram cerca de 75 mil dólares cada um. Dois meses depois, a Virgin
contratou a banda. Enfim, o grupo achara a gravadora perfeita. Dirigida por Richard
Branson - um jovem milionário excêntrico e quase tão maluco quanto
os músicos que contratara-, a Virgin banca todas as brigas dos Pistols,
inclusive o veto da BBC
a "God Save The Queen". Numa das raras entrevistas dadas pelos
Pistols na época, Johnny Rotten explica a revolta de sua banda: "A música
precisa dar assistência a todo esse lixo (a sociedade britânica). A música tem
que mostrar saídas para se vencer a estagnação. Ela tem que ser verdadeira mas
também bem-humorada. E isso não é política."
O compacto chegou à terceira posição na parada
britânica enquanto a banda preparava seu tão aguardado álbum de estréia, que
acabou sendo lançado em 12 de novembro: Never Mind the Bollocks,
Here's the Sex Pistols ("Não se preocupe com suas bolas,
aqui estão os Sex Pistols"). Então, de repente, a Inglaterra ficou pequena
para o punk rock.
O último tiro dos Pistols
Mais uma vez os pioneiros são os Pistols. A banda
foi para os Estados Unidos em janeiro de 1978 e encontra o país no
auge da febre disco, apesar da aceitação do punk entre alguns poucos
nova-iorquinos. O visto de permanência no país valia apenas dezesseis dias, o
que força a banda a fazer uma miniturnê em ritmo de maratona. Ela passa por Atlanta,
Dallas,
Tulsa
e, finalmente, chega ao berço do psicodelismo, San Francisco.
No dia 14 de janeiro
os Pistols fazem seu último show, para uma platéia de 5500 pessoas. Quatro dias
depois, no restaurante do hotel onde a banda estava hospedada, em San
Francisco, Paul Cook e Steve Jones dizem a Rotten que querem acabar com a
banda. Pior: McLaren pensava o mesmo. O vocalista subiu até o quarto do
empresário. Lá, ouviu Mclaren confirmar a história e ainda expulsá-lo da banda, sob
a acusação de ser responsável pelo fracasso de vários projectos do grupo -
entre eles a famosa visita ao assaltante Ronald Biggs
no Rio de Janeiro, feita por Cook e Jones pouco tempo depois.
Enquanto a banda chegava ao fim, Sid Vicious estava
internado num hospital, a recuperar-se de mais uma overdose. Depois do
desmantelamento dos Pistols, o baixista ainda gravou algumas canções com Cook e
Jones, como a absurda versão de "My Way"
e "Belsen Was A Gas", incluídas no filme e disco The Great Rock N
Roll Swindle.
Vicious iniciou então uma carreira solo, acabada
numa cela de cadeia. O baixista foi preso pelo suposto assassinato de sua
namorada Nancy Spungen, em 11 de outubro
de 1978.
O fato nunca ficou totalmente esclarecido: o corpo esfaqueado foi achado no
banheiro do quarto 100 do Hotel Chelsea, onde eles viviam. Boatos dizem
que Sid estava completamente chapado de heroína
ao seu lado. O baixista foi preso imediatamente e só saiu da cadeia após a
Virgin ter pago uma fiança de 50 mil dólares. Em 2 de
fevereiro de 1979,
menos de 24 horas depois de sua libertação, Vicious sofre uma overdose
de heroína no banheiro da casa de sua mãe durante uma festa. Aos 21 anos de
idade, estava morto o homem-símbolo do punk rock.
Malcom McLaren, Paul Cook e Steve Jones chegavam a
Nova Iorque poucas horas depois, ironicamente com a intenção de manter Vicious
longe da heroína. "Não creio que Sid morreu por causa dos problemas com os
Pistols. O que eu não entendo é como as pessoas que estavam com ele na festa o
deixaram consumir heroína", disse Mclaren a Melody Maker, dias depois da
morte do baixista.
O engodo assumido The Great Rock N' Roll Swindle
só veio para colocar um ponto final no mito Sex Pistols. Tanto o disco quanto o
filme são obras erráticas, que valem apenas pelo registro de algumas das
imagens - sonoras e visuais - mais importantes da história do punk. Na
seqüência em que Vicious canta "My Way"
e estoura os miolos da platéia de velhinhos que o assiste está resumida a
história dos Pistols - arrasou a Inglaterra e mudou os conceitos do rock para
sempre.
Frases
- "Eu não preciso de um Rolls-Royce, eu não preciso de uma casa no campo, eu não tenho que morar na França. Eu não tenho heróis do rock. Eles são desnecessários. Os Stones e o The Who não significam nada para mim; eles estão estabilizados. Os Stones são mais um negócio do que uma banda." Johnny Rotten (Dezembro de 1976)
- "A música precisa dar assistência a todo esse lixo (a sociedade britânica). A música tem que mostrar saídas para se vencer a estagnação. Ela tem que ser verdadeira mas também bem-humorada. E isso não é política." Johhny Rotten (explicando a revolta da sua banda)
- "…Never Mind The Bollocks, todos concordam, é um dos melhores discos do século XX." Pete Townshend (Guitarrista do The Who /Q Magazine - junho/96)
- "Os Sex Pistols pertencem a um grupo muito seleto de artistas, que podem afirmar com convicção haverem mudado o mundo." Johnny Roten (24 de junho de 1996)
- "Não creio que Sid morreu por causa dos problemas com os Pistols. O que eu não entendo é como as pessoas que estava com ele na festa o deixaram consumir heroína." Malcom Mclaren (Melody Maker / dias depois da morte do baixista)
- "Eu acho que o Clash vende tantos discos por que estão sempre na TV e nos jornais falando sobre o movimento punk… Então os jornais falam bastante de seus discos, e estes vendem." Malcom McLaren (Sounds/junho/76)
- "Eu ouvi o quanto vocês gostam de Dolly Parton aqui… Vocês ainda comemoram o aniversário do Elvis Presley?" Johnny Rotten (na turnê americana de 78)
- "O rock n'roll está acabado, você não entende? Os Sex Pistols acabaram com o rock, eles são a última banda real de rock n'roll" Johnny Rotten
- "Não há futuro para o sonho brasileiro" Johnny Rotten (1996 - mudando a letra de "God Save The Queen", no show em São Paulo)
- "Eu quero ser um anarquista em São Paulo" Johnny Rotten (1996 - mudando a letra de "Anarchy In The U.K.", no show em São Paulo)
- "O punk sempre foi decepcionante! E sempre será. Sempre" Johnny Rotten (1996)
- "A única mensagem que temos para passar é a de que os Sex Pistols são a coisa "real". Somos a melhor banda punk… Esqueça o punk, isso não existe mais. Somos a melhor banda de rock de todos os tempos." Steve Jones (1996)
- "Punks eram as aparelhagens de som que nos davam para tocar e o público bêbado e idiota." Glen Matlock (1996)
- "O punk nasceu de uma maneira bem pouco musical. Eu estava andando com minha camiseta 'Eu odeio Pink Floyd' e fui convidado para ir à loja Sex de Malcom e Vivienne. Como não sabia cantar, fiz mímicas de uma música do Alice Cooper." Johnny Rotten (no livro "Rotten - No Irish, No Black, No Dogs")
- "Nós inventamos o punk. Nós dizemos como as coisas são." Johnny Rotten (1996)
- "Nossa atitude de quebrar tudo só vai durar até quando estivermos tão velhos quanto o Pete Townshend, fazendo rock só pelo dinheiro, mas quando isso acontecer, Sex Pistols não existirá mais." Paul Cook (1976)
- "Nós encontramos uma causa comum (para voltar), a paixão e o dinheiro. Não preciso realmente disso, mas um pouco mais, por que não? É um assalto a luz do dia." Johnny Rotten (1996)
- "Toda vez que alguém diz que alguma coisa é sagrada e não deve ser tocada, eu quero tocá-la." Johnny Rotten (1996)
- "O Sex Pistols nunca terminou propriamente, simplesmente fracassou porque as pessoas não sabem o que é o verdadeiro." Johnny Rotten (1996)
- "Pode ser porque todos somos londrinos, mas os Sex Pistols não teriam existido sem esta velha e querida cidade de Londres" Johnny Rotten (2007)
Álbuns
Ano
Detalhes
|
||
1977
|
|
|
Spunk a
|
||
1979
|
The
Great Rock 'n' Roll Swindle
|
|
Some
Product: Carri on Sex Pistols
|
||
1980
|
Flogging a Dead Horse
|
|
Sex Pack
|
||
1985
|
|
|
1992
|
Kiss This
|
|
1996
|
Filthy Lucre Live
|
|
2002
|
Jubilee
|
|
Sex Pistols
|
||
2005
|
Raw and Live
|
|
2007
|
Agents of Anarchy
|
|
2008
|
Live & Filthy
|
Singles
Ano
|
Título
|
1976
|
|
1977
|
"God Save the Queen"
|
"Pretty Vacant"
|
|
"Holidays in the Sun"
|
|
1978
|
|
1979
|
"Something Else"
|
"Silly Thing"
|
|
"C'mon Everybody"
|
|
"The
Great Rock 'n' Roll Swindle"
|
|
1980
|
"(I'm
Not Your) Steppin' Stone"
|
1981
|
"Who Killed Bambi?" c
|
1992
|
"Anarchy
in the U.K." (relançamento)
|
"Pretty Vacant" (relançamento)
|
|
1996
|
"Pretty Vacant" (live)
|
2002
|
"God
Save the Queen" (relançamento)
|
2007
|
"Anarchy
in the U.K." (2º relançamento)
|
"God
Save the Queen" (2º relançamento)
|
|
"Pretty Vacant" (2º relançamento)
|
|
"Holidays
in the Sun" (relançamento)
|
FONTE.: http://pt.wikipedia.org/wiki/Sex_Pistols